Mulheres costumam ter até quatro infecções urinárias por ano, diz especialista

Mulheres costumam ter até quatro infecções urinárias por ano, diz especialista

30 de maio de 2019

Saúde

Quando se fala em infecções urinárias, logo nos vem à cabeça a saúde feminina. Queixa comum nos consultórios médicos, as infecções atingem 50 vezes mais mulheres do que homens. Isso se deve principalmente à anatomia feminina: uretra mais curta e mais próxima do ânus.

Causadas principalmente pela Escherichia coli, bactéria importante para a digestão e que está presente no intestino, as infecções são classificadas como uretrites (quando acometem a uretra), cistites (bexiga) e pielonefrite (rins).

Segundo a ginecologista Silvana Quintana, a cistite é comum nas mulheres e causa grande desconforto. “Muitas chegam a desenvolver até quatro infecções urinárias por ano. Mas, embora sejam comuns, devem sempre ser tratadas com orientação médica devido ao risco de evolução para quadros infecciosos mais graves”, explica a médica.

As principais queixas são: urinar em pequena quantidade várias vezes e ardência ao urinar. Sensação de peso ou dor pélvica, urina turva ou escura e presença de sangue na urina também são sintomas indicativos de uma infecção.

O mal-estar causado pelas infecções muitas vezes leva a paciente a buscar alternativas mais rápidas. Dentre eles, há o uso de medicamentos que aliviam os sintomas ou uso de sobras de antibióticos.

Ainda de acordo com Silvana, a legislação que controla a venda de antibióticos, contribuiu muito para evitar a automedicação. Entretanto, ainda há quem busque alternativas caseiras ou faça uso de sobras de remédios.

Prevenção

Veja alguns hábitos que podem ajudar na prevenção de infecções urinárias:

  • Ingerir muita água, pois colabora com a eliminação de bactérias da bexiga;
  • Urinar com frequência. Segurar a urina aumenta o risco de proliferação de bactérias. Urinar após uma relação sexual também favorece a eliminação de bactérias que possivelmente tenham entrado no trato urinário durante o coito;
  • Caprichar na higiene mantendo a região genital sempre limpa. Após a evacuação, passar o papel higiênico de frente para trás e lavar a região com água e sabão;
  • Tratar a prisão de ventre, pois também auxilia na proliferação de bactérias;
  • Evitar roupas muito apertadas e cuidar da higiene das roupas íntimas;
  • Trocar absorventes internos e externos com frequência de duas a três horas, no máximo.

 Diagnóstico e tratamento

Embora o exame de cultura de urina seja o padrão para o diagnóstico da infecção urinária, atualmente cresce o uso das técnicas de biologia molecular como opção para resultados mais rápidos e minuciosos para casos de infecções. O diagnóstico preciso da infecção e o tratamento correto são fundamentais. As infecções urinárias podem evoluir para quadros graves como infecção renal infecção generalizada, e até mesmo danos permanentes nos rins. Em gestantes, aumentam as chances de parto prematuro ou bebê com peso abaixo do normal e óbito fetal.

Geralmente, o tratamento de uma infecção urinária é feito com antibiótico associado a medicamentos para alívio do desconforto, como antissépticos e analgésicos. Os sintomas costumam desaparecer em poucos dias, mas é fundamental que o paciente complete o tratamento no prazo determinado pelo médico, sob risco de retorno ou agravamento da doença.