Entenda os riscos de uma gravidez tardia

Entenda os riscos de uma gravidez tardia

1 de fevereiro de 2020

Saúde

A mulher moderna se sente pressionada naturalmente por diversos fatores, e um deles é a gravidez tardia. Nos últimos anos, conforme ela conquista espaço no mercado de trabalho, a maternidade vem sendo adiada.

O ginecologista e obstetra Fábio Muniz explica que “atualmente, registra-se uma tendência cada vez maior de gravidez tardia entre mulheres que se encontram na faixa entre os 35 e 45 anos. Isso exige uma atenção maior dos profissionais. Pois há maiores chances de complicações tanto para a mulher, quanto para o bebê.”

De acordo com o especialista, dados da literatura médica citam que a faixa etária ideal para ter filhos estaria entre 20 e 29 anos. Porém, existem variações quanto à definição de idade materna avançada para a gravidez, sendo que alguns autores consideram o limite de 35 anos e outros até os 45.

Doenças na gravidez tardia

É evidente que a gravidez tardia traz mais riscos. “As gestantes com mais idade vão engravidar numa fase em que coincide com o início de doenças crônicas. São elas: hipertensão arterial, diabetes, disfunções da tireoide, entre outras”, explica Fábio.

Ainda segundo o médico, existem outras patologias que também se apresentam com maior frequência neste período, como abortamentos e anomalias cromossômicas. A incidência de Síndrome de Down, por exemplo, em gestações aos 18 anos é de 1 entre 1000, já aos 40 anos passa a 1 entre 100.

No entanto, a evolução dos conhecimentos médicos permite que seja possível mulheres em idades avançadas curtirem a maternidade. “O ideal é que o pré-natal comece antes mesmo da concepção. O casal deve procurar o ginecologista antes de engravidar para uma avaliação clínica geral. Se tudo estiver bem, recomenda-se o uso de ácido fólico para diminuir o risco de malformação do sistema nervoso central do bebê”, aconselha o obstetra.

Influência do emocional

Outro ponto que merece atenção para aquelas que desejam engravidar com mais de 40 anos é o aspecto emocional. A cobrança por gerar filhos e algumas tentativas sem sucesso podem acarretar frustração que impactam na taxa de fecundidade.

O obstetra explica que mulheres após os 35 anos possuem mais chances de terem gravidez de gêmeos. Isso acontece porque, nesta faixa etária, o estímulo para ovular precisa ser maior. Assim, o organismo produz mais FSH (hormônio estimulador de folículos, que são as estruturas dos ovários que contêm os óvulos) para garantir o desenvolvimento dos poucos folículos que restam. Então, aumenta a probabilidade de se produzir mais de um óvulo em um mesmo ciclo.